Lya Luft
Lya Fett Luft nasceu no dia 15 de setembro de 1938, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Uma das autoras mais importantes do país, publicou cerca de 20 livros dos mais diversos gêneros. Em mais de 50 anos de carreira, sua produção literária reúne poesias, ensaios, contos, crônica, romances, além de livros infantis. A sua obra mais conhecida é ‘Perdas e Ganhos’, de 2003. Além de escritora, Lya Luft também atuou como tradutora e professora universitária. Desde 2004 é colunista da Revista Veja.
Filha de descendentes germânicos, Lya Luft aprendeu a ler alemão durante a infância, decorando poemas de Johann Goethe e Friedrich Schiller. Formou-se em Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica e começou a trabalhar traduzindo autores de língua inglesa e alemã, como Virgínia Woolf, Herman Hesse e Thomas Mann.
Durante a década de 60, Lya Luft lançou os seus primeiros poemas, reunidos no livro “Canções do Limiar” (1964). “Fruta Doce”, seu segundo livro de poemas, foi lançado em 1972. Em 1975, ela obteve o grau de mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e, em 1978, em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em 2013 Lya Luft recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, com a obra “O Tigre na Sombra” (2012), eleita a melhor obra de ficção de 2012 na categoria “Romance”.
Poemas de Lya Luft:
Canção desse Rumor
Quem - estando ausente - entra no quarto Quem deita ao lado meu, quem passa No meu coração seus lábios quentes, quem Desperta em mim as feras todas Quem me rasga e cura Quem me atrai? Quem murmura na treva e acende estrelas Quem me leva em marés de sono e riso Quem...
Guardei-me para Ti
Guardei-me para ti como um segredo Que eu mesma não desvendei: Há notas nesta guitarra que não toquei, Há praias na minha ilha que nem andei. É preciso que me tomes, além do riso e do olhar, Naquilo que não conheço e adivinhei; É preciso que me ensines a canção do que...
Estranho também esse Amor
Estranho também esse amor, com hora marcada para a mutilação da morte, o minuto acertado, e o fim consultando o relógio para nos golpear. Estranho esse amor de agora, com meu amado atrás de um espelho baço onde às vezes penso divisar seu vulto como num aquário....