Augusto de Campos
Augusto Luís Browne de Campos nasceu no dia 14 de fevereiro de 1931, na cidade de São Paulo. Irmão do também poeta Haroldo de Campos, foi um dos criadores da “Poesia Concreta”, movimento literário onde a poesia ganhava nova forma estética baseada na desintegração total do verso tradicional. Recebeu os prêmios “Jabuti” (1979 1993), Pablo Neruda (2015) e Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural (2016).
Com apenas 20 anos, em 1951, Augusto de Campos estreou na literatura com o livro “O Rei Menos o Reino”. Em sua primeira obra nota-se uma grande influência da tradicional poesia portuguesa, principalmente nomes como Fernando Pessoa, Sá de Miranda e Mário de Sá-Carneiro.
Em 1952, ao lado de Haroldo e do poeta Décio Pignatari, forma o grupo “Noigandres”, cujo significado, do Provençal, é “antídoto do tédio” – uma espécie de plataforma dos jovens poetas que almejavam uma linha de pesquisa de novas formas. Coube a Augusto a idealização do nome “Poesia Concreta”, em 1955. Também é de sua autoria a primeira série sistemática de poemas concretos: “Poetamenos”, publicada no segundo número da revista “Noingrandes”.
Em 1956, Augusto, Haroldo e Décio, lançam oficialmente o movimento literário da “Poesia Concreta”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. O movimento aparecia como uma reação à lírica discursiva e retórica da geração 45, pregando o fim da poesia intimista, o desaparecimento do eu lírico, propondo uma concepção poética baseada na geometrização e visualização da linguagem.
O grupo concretista passou a participar de muitos debates no Brasil e no exterior. Em 1959, uma exposição internacional da arte concreta reuniu autores brasileiros e europeus em Stuttgart, na Alemanha. Em 1960, foi fundada a “Equipe Invenção” que organizou, em Tóquio, uma exposição de poetas concretistas brasileiros e japoneses.
Depois da Poesia Concreta, Augusto de Campos fez experiências a que chamou de “Popcretos”: montagens, a partir de recortes de jornal e revista. Em 1974, publicou com Júlio Plazza, “Poemóbiles” – poemas-objetos manipuláveis.
Augusto de Campos ainda traduziu duas obras-primas da poesia brasileira: “A Amada Esquiva” (To His Coy Mistress, Andrew Marvel (1621-1678) e “O Jaguadarte” ( Jabberwocky), Lewis Carroll (1832-1898). A obra “Não Poemas”, de 2003, recebeu o Prêmio do Livro do Ano, da Fundação da Biblioteca Nacional.
Poemas de Augusto de Campos:
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