Walter Benjamin

Poetas

Walter Benedix Schönflies Benjamin nasceu no dia 15 de julho de 1892, em Berlim, na Alemanha. Considerado um dos maiores pensadores do século XX, apesar de nunca ter publicado um livro de poesia em vida, apresentou diversos poemas, principalmente sonetos. Como filósofo, contribuiu para a teoria estética, além de ser o responsável por uma concepção dialética e não evolucionista da história, influenciado por autores marxistas, como Bertolt Brecht. Também foi ensaísta, tradutor e crítico literário, associado à Escola de Frankfurt.

Durante a sua adolescência, Benjamin,  influenciado pelos ideais socialistas, participou do Movimento da Juventude Livre Alemã. Seus primeiros textos e poemas, inspirados pelo romantismo alemão, abrangiam o papel da crítica na literatura, nas artes e na sociedade. Foi muito bem acolhidos pela Escola de Frankfurt, sendo o filósofo Theodor Adorno um de seus grandes amigos e parceiros intelectuais. No final da década de 1920, interessa-se pelo marxismo e aproxima-se da filosofia de Georg Lukács.

Entre 1915 e 1925, Benjamin escreveu um ciclo de 73 sonetos. Os poemas são dedicados ao seu amigo Friedrich C. Heinle, um poeta de 19 anos, e à companheira, Rika Seligson, que tinha se suicidado em 1914, pouco depois de começar a Primeira Guerra Mundial. Os textos foram descobertos na Biblioteca Nacional de Paris, em 1981, com outros manuscritos que Benjamin confiara a George Bataille, em 1940. Os poemas abordam, em grande parte, uma grande rejeição à violência, cercados de apelos melancólicos e existencialistas.

Com a ascensão de Hitler, na década de 30, a situação para os judeus na Alemanha tornou-se insustentável. Por isso, Benjamin refugia-se em Paris, terra de seu maior ídolo, o poeta Charles Baudelaire. Com a pretensão de se tornar o principal crítico da literatura européia, inicia a sua mais ambiciosa obra, “o Trabalho das Passagens”, que seria finalizada muitas décadas depois da sua morte. Em seus tempos na França, traduziu livros de Marcel Proust para o alemão.

Envolta de mistérios, a sua morte teria ocorrido durante uma tentativa de fuga, quando foi parado, junto do seu grupo de refugiados, pela polícia espanhola, em Port Bou. Vendo-se ameaçado de cair nas mãos dos nazistas e ser entregue à Gestapo, teria cometido suicídio com overdose de morfina.

Walter Benjamin faleceu em Port Bou, na fronteira franco-espanhola, no dia 26 de setembro de 1940. Em 1999, o escritor e tradutor português, Vasco Graça Moura, publicou o livro de sonetos escritos pelo poeta durante a juventude.

Poemas de Walter Benjamin:

Há em Toda a Beleza uma Amargura

Há em toda a beleza uma amargura secreta e confundida que é latente ambígua indecifrável duplamente oculta a si e a quem na olhar obscura Não fica igual aos vivos no que dura e a não pode entender qualquer vivente qual no cabelo orvalho ou brisa rente quanto mais...

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A Mão que a Seu Amigo Hesita em Dar-se

Perguntaste se eu amo o meu amigo? como rompendo um demorado açude na tua voz quis hausto que transmude todo o cristal dos ímpetos consigo Neste meu choro enevoado abrigo pôs-me a palavra o peito em alaúde que uma doce pergunta tua ajude no sim furtivo que eu levei...

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Vibra o passado em tudo o que palpita qual dança em coração de bailarino ao regressar já mudo o violino e há nuvens sobre o bosque em que transita À paz dos seres a morte em seu contínuo crescer em ramos de coral incita a bem da noite negra e infinita ser um raro...

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