Rainer Maria Rilke
René Karl Wilhelm Johann Josef Maria Rilke, mais conhecido como Rainer Maria Rilke, nasceu no dia 4 de dezembro de 1875, em Praga, hoje capital da República Tcheca, mas que na época fazia parte do império austro-húngaro. Um dos mais importantes poetas modernos da literatura mundial, sobretudo de língua alemã, possui uma obra única e inovadora, sendo considerado uma das principais influências de poetas dos anos 50 na Europa e também no Brasil.
Rilke é dono de um incomparável estilo lírico. A sua obra literária é marcada pela profunda solidão e grandes reflexões existencialistas, influenciadas pelo Expressionismo. Em seus poemas, ele trava uma incensante busca pelo “homem transcendental”, em uma espécie de “espaço cósmico interior”, entre a natureza do ser humano e o universo.
Aos 19 anos, em 1894, publicou “Vida e Canções”, uma reunião de poemas de amor e que o lançou na literatura. Logo após, viveu um período na Rússia ao lado da escritora Lou Andreas-Salomé, sua amante e que foi a responsável pelo poeta mudar o nome de “René” para “Rainer”. A vida na Rússia inspirou temas religiosos aos seus poemas, além de trazer um novo olhar para a natureza. Contudo, foi a partir de 1902, quando se mudou para a França, que o autor passou a deixar o simbolismo para abordar pensamentos realistas, base do concretismo. Ficou amigo de grandes artistas e intelectuais franceses da época, em particular o escultor Auguste Rodin, de quem foi secretário entre os anos de 1905 e 1906.
“Os Cadernos de Malte Laurids Brigge” , escritos em 1910, são considerados a sua obra mais importante. Além disso, Rilke tem livro em francês, além de várias coletâneas de poesia, entre as quais destacam-se “Os Sonetos a Orfeu” (1922) e “As Elegias de Duíno” (1923).
Rainer Maria Rilke morreu no dia 29 de dezembro de 1926 em Valmont, na Suíça.
Poemas de Rainer Maria Rilke:
O Solitário
Como alguém que por mares desconhecidos viajou, assim sou eu entre os que nunca deixaram a sua pátria; os dias cheios estão sobre as suas mesas mas para mim a distância é puro sonho. Penetra profundamente no meu rosto um mundo, tão desabitado talvez como uma lua; mas...
A Canção do Suicida
Só mais um momento. Que voltem sempre a cortar-me a corda. Há pouco estava tão preparado e havia já um pouco de eternidade nas minhas entranhas. Estendem-me a colher, esta colher de vida. Não, quero e já não quero, deixem-me vomitar sobre mim. Sei que a vida é boa e...
O Homem que Lê
Eu lia há muito. Desde que esta tarde com o seu ruído de chuva chegou às janelas. Abstraí-me do vento lá fora: o meu livro era difícil. Olhei as suas páginas como rostos que se ensombram pela profunda reflexão e em redor da minha leitura parava o tempo. — De repente...
Solidão
A solidão é como uma chuva. Ergue-se do mar ao encontro das noites; de planícies distantes e remotas sobe ao céu, que sempre a guarda. E do céu tomba sobre a cidade. Cai como chuva nas horas ambíguas, quando todas as vielas se voltam para a manhã e quando os corpos,...
Diz-me, Poeta
Diz-me, poeta, o que fazes? — Eu canto. Porém a morte e todo o desencanto, como os suportas e aceitas? — Eu canto. O inominado e o anônimo, no entanto, como os consegues nomear? — Eu canto. Que direito te faz, em qualquer canto, máscara ou veste, ser veraz? — Eu...
Conclusão
A Morte é grande. Nós, sua presa, vamos sem receio. Quando rimos, indo, em meio à correnteza, chora de surpresa em nosso meio.
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- Johann Goethe
- Manuel Bandeira
- Cecília Meireles
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