Ida Vitale

Poetas

Ida Vitale nasceu no dia 2 de novembro de 1923, em Montevidéu, Uruguai. Uma das mais importantes e reconhecidas poetas latino-americanas no mundo, faz parte da “Geração de 45”, movimento de vanguarda da poesia em seu país. Vencedora de diversos prêmios internacionais, em 2018, aos 95 anos, recebeu o “Prêmio Camões” pelo conjunto da obra.

Ida Vitale vem de uma família que faz parte da quarta geração de imigrantes italianos no Uruguai. Em outubro de 2019, aos 96 anos, foi declarada cidadã ilustre de Montevidéu, durante a 42ª edição da Feira Internacional do Livro. Porém, apesar da atual honraria, a vida da poeta em seu país não foi nada fácil, principalmente durante a ditadura cívico-militar (1973 e 1985) quando trabalhou como editora nas revistas “Clinamen” e “Maldoror”.

Durante esse período, Ida foi perseguida e precisou exilar-se no México, onde conheceu e ficou muita amiga do poeta Octavio Paz. Ela regressou ao Uruguai somente em 1984. No ano de 1989, a poeta foi morar em Austin, Texas, Estados Unidos, com o seu marido, o também escritor Enrique Fierro, onde viveu por mais de 30 anos e escreveu boa parte de sua obra literária.

A poesia de Ida Vitale está inserida como das vozes mais participativas da vanguarda literária latino-americana. Através de poemas curtos e metalinguístico, a sua obra é conceituada pelo simbolismo. Apaixonada pela poesia brasileira, Ida Vitale traduziu obras de grandes poetas do nosso país para o espanhol, principalmente Jorge de Lima. Em 1963, ela publicou o livro “Três idades na poesia brasileira atual”, reunindo poemas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles.

Quando Fierro morreu, em 2016, Ida Vitale resolveu regressar ao Uruguai onde vive atualmente.

Poemas de Ida Vitale:

Quadro

Construímos a ordem da mesa,a folhagem da ilusão,um festim de luzes e sombras,a aparência da viagem na imobilidade.Esticamos um branco campopara que nele esplendamas reverberações do pensamentoem torno do ícone nascente.Então soltamos nossos cachorros,incitamos a...

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Gotas

Se ferem e se fundem?Acabam de deixar de ser a chuva.Travessas no recreio,gatinhos de um reino transparente,correm livres por vidros e corrimãos,umbrais do seu limbo,se seguem, se perseguem,talvez vão, da solidão ao casamento,a se fundir e se amar.Ilusionam outra...

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Fortuna

Por anos, desfrutar do erroe de sua correção,ter podido falar, caminhar livre,não existir mutilada,não entrar ou sim em igrejas,ler, ouvir a música querida,ser na noite um ser como no dia. Não ser casada num negócio,medida em cabras,sofrer o controle de parentesou...

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1 comentário

  1. Ana

    Há uma informação incorreta: não foi Ida Vitale quem recebeu o prémio Camões em 2018, mas sim o escritor Germano de Almeida.
    A escritora Ida Vitale, em 2018, recebeu o prémio FIL de Literatura em letras Românicas.

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