Carlos Nejar

Poetas

Luís Carlos Verzoni Nejar nasceu no dia 11 de janeiro de 1939, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Também conhecido como o “poeta do pampa brasileiro”, é considerado um dos 37 escritores chaves do século, entre 300 autores memoráveis, no período compreendido de 1890-1990 . Em 2017, teve o nome indicado ao Prêmio Nobel de Literatura pela Academia Brasileira de Letras. Membro da ABL – eleito em 1988 – é atualmente o quinto ocupante da cadeira nº 4,  na sucessão de Vianna Moog. Foi casado com a também escritora Maria Carpi, com quem teve um filho, o também poeta Fabrício Carpinejar.

Considerado pelo critico literário Ronald Augusto como um dos três melhores poetas gaúchos da segunda metade do século XX, juntamente com Mário Quintana e Heitor Saldanha, as obras literárias de Carlos Nejar caracterizam-se pela riqueza de vocabulário e utilização das aliterações, que deixam os seus versos melodiosos. Lançou o seu primeiro livro, Sélesis, em 1960. Além de poeta, também foi ficcionista, crítico e tradutor literário, traduzindo obras importantes de autores latino-americanos, como Pablo Neruda, Cesar Vallejo, Octavio Paz e Jorge Luis Borges.

A publicação “Quarterly Review of Literature”, de Princeton, New Jersey (EUA), em seu cinquentenário, escolheu Carlos Nejar como um dos 50 grandes escritores da atualidade, sendo o único representante brasileiro. Recentemente, Carlos Nejar foi tema do documentário “Carlos Nejar, O Quixote dos Pampas”, organizado pelo escritor Professor Wander Lourenço.

Poemas de Carlos Nejar:

Poema da Devastação

Há uma devastação nas coisas e nos seres, como se algum vulcão abrisse as sobrancelhas e ali, sobre esse chão, pousassem as inteiras angústias, solidões, passados desesperos e toda a condição de homem sem soleira, ventura tão curta, punição extrema. Há uma devastação...

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XIV

É preciso partir da manhã para o escuro de Deus. Das coisas para as coisas. Pisar na dor para o equilíbrio da terra e os frutos. É preciso amar sempre e de novo. Que os pensamentos voam raso, embaixo das estrelas. Não há religião ou ambição nas profundezas. Quem ama...

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Talvez

Talvez o universo não exista. Seja apenas a sombra fugitiva da idéia de um universo; ou talvez seja a perdida infância, o clarão de alguma inteligência subitânea. Sim, talvez não exista.Seja um medo de haver mais testemunhos, relações afetos exteriores ou temidos, ou...

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Sintaxe

Eu me acrescento aos rios e aos rios me descem. E me acrescento aos peixes. Nele deito e com os musgos preparo alguns projetos. Nos liquens boto andaimes que florescem. E me caso com as pedras , conchas e ecos, onde as lesmas pernaltas se intumescem. E me acrescento a...

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Abandonei-me ao Vento

Abandonei-me ao vento. Quem sou, pode explicar-te o vento que me invade. E já perdi o nome ao som da morte, ganhei um outro livre, que me sabe quando me levantar e o corpo solte o seu despojo vão. Em toda a parte o vento há-de soprar, onde não cabe a morte mais. A...

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A Idade

Falou e disse um pássaro dois sóis, uma pequena estrela. Falou para que calássemos e disse amor, penúria,brevidade. E disse disse disse a idade da eternidade.

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